Paracelso

Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, nome verdadeiro de Paracelso, foi um alquimista e médico suíço. Nascico em Einsiedeln no dia 17 de dezembro de 1493 e falecido em  Salzburgo no dia 24 de setembro de 1541. Seu pseudônimo significa "superior a Celso", que foi um médico romano. Teve contribuição para a alquimia e a farmácia, sendo o pioneiro no uso de farmacos e remédios com base na química.

Cresceu viajando com seu pai, por quem foi educado, herdando dele o legado de ser médico e alquimista. O acompanhava pelas montanhas e povoados, observando os conhecimentos e técnicas do pai. Pegou gosto pelas plantas e ervas e fazer remédios a partir delas. Já jovem, foi enviado para o mosteiro de Santo André, na Savônia, onde teve sua formação nos estudos e de lá enviado para à Universidade de Basileia, onde mais tarde chegaria à ser professor, chegando a ser aluno de Johann Trithemius.

Era um doutor, e suas pesquisas levaram à descobertas revolucionárias na medicina. Suas descobertas o fizeram ter de enfrentar a oposição dos outros professores da Universidade, sendo acusado de se opor aos padrões de medicina da época e foi consequentemente suspenso e proibido de dar aulas naquela Universidade. Acusou seus opositores de incompetência e seguir tratando de ricos e pobres pela Europa com sua medicina inovadora.

Como alquimista foi o primeiro a fazer relato do homunculus, que seria um ser humano minúsculo que poderia ser criado artificialmente. Era ocultista, tendo conhecimento de hermetismo e astrologia, usando esta última em sua forma de exercer o seu ofício de médico. Apesar disto, detestava ser considerado um mago ou místico, e desprezava quando o consideravam como um.

Morreu em Salzburgo, num hospital, sonhando ter fabricado o Elixir da Longa Vida. A causa da sua morte é uma incógnita, mais supõe ter sido vítima de feridas infeccionadas, que adquiriu quando sofreu, embriagado, um acidente numa taberna. Seu corpo foi velado na igreja de São Sebastião e, como exigia seu último desejo, foram entoaados os Salmos 1, 7 e 30.

Tábua de Esmeralda

Existem diversos textos na alquimia, e o mais importante dele, remontando a influência hermética, é a Tábua de Esmeralda, ou Tábua Esmeraldina.

É o texto mais importante de toda a alquimia, de caráter filosófico e revelador para os alquimistas quanto à sua compreensão da matéria e das transmutações. Sua autoria é, segundo afirmam, do próprio Hermes Trismegisto.Os alquimsitas europeus consideravam esta obra como o ponto de partida da tradição alquímica, sendo daí que ela surgiu.

Sobre uma análise filosófica, a Tábua de Esmeralda faz uma análisa ontológica, sobre a essência das mudanças das coisas e seu perpétuo devir. Princípios herméticos são percebidos nela. Diz que todas as coisas vieram da mudança, e por ela continuaram a passar.

Abaixo, está todo o texto da Tábua de Esmeralda, completo e traduzido:

É verdade, certo e muito verdadeiro:
O que está embaixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está embaixo, para realizar os milagres de uma única coisa.
E assim como todas as coisas vieram do Um, assim todas as coisas são únicas, por adaptação.
O Sol é o pai, a Lua é a mãe, o vento o embalou em seu ventre, a Terra é sua alma;
O Pai de toda Telesma do mundo está nisto.
Seu poder é pleno, se é convertido em Terra.
Separarás a Terra do Fogo, o sutil do denso, suavemente e com grande perícia.
Sobe da terra para o Céu e desce novamente à Terra e recolhe a força das coisas superiores e inferiores.
Desse modo obterás a glória do mundo.
E se afastarão de ti todas as trevas.
Nisso consiste o poder poderoso de todo poder:
Vencerás todas as coisas sutis e penetrarás em tudo o que é sólido.
Assim o mundo foi criado.
Esta é a fonte das admiráveis adaptações aqui indicadas.
Por esta razão fui chamado de Hermes Trismegistos, pois possuo as três partes da filosofia universal.
O que eu disse da Obra Solar é completo.

Quatro Elementos

Como a alquimia trabalha com a mudança da matéria, a entender era fundamental, e eles acreditavam numa teoria que por séculos foi considerada ciência em todo o ocidente, a dos quatro elementos.

A origem desta hipótese remonta a filosofia, no período pré-socrático.  Na época, uma das maiores preocupações dos filósofos era discutir o mínimo da matéria, do que tudo era constituído, a arché.

Os quatro elementos foram propostos por Empédocles de Agrigento, que firmou que a arché, ou essência material de todas as coisas, eram compostas de: A água, fogo, terra e ar. Eles se combinariam e seriam movidos por dois princípios universais, o do ódio e amor, a união e repulsa entre eles que dariam forma as mais diversas substâncias e corpos físicos.

Outro filósofo mais tarde foi adepto da teoria de Empédocles, Aristóteles, que introduziu diferenciações nas propriedades dos quatro elementos. Aristóteles deu quatro características gerais para cada um; quente, frio, umidade e secura. Sendo assim:

• Fogo: Quente e seco,
• Água: Fria e úmida,
• Ar: Quente e úmido,
• Terra: Fria e seca.

Ainda existem em adaptações místicas a adoção e um quinto elemento, normalmente a quintessência ou éter, mais também podendo ser considerado o relâmpago ou o metal. Os alquimistas aceitavam a concepção dos quatro elementos, embora o conceito de átomo aprovado hoje já existisse, sendo criado pelo também filósofo Demócrito de Abdera, mais sua hipótese só foi aprovada pela ciência mais de dois mil anos depois de sua época.

Essa teoria perdurou como ciência absoluta por séculos, até que o desenvolvimento da química como ciência nos últimos séculos começaram a duvidar da legitimidade do conceito dos quatro elementos, indo de químicos como Lavoisier até Mendeleev, o criador da tabela periódica.

Processos Alquímicos

A transmutação é um conceito importante da alquimia, qual a transformação da matéria tem como objetivo se conseguir produzir a Pedra Filosofal. Em seu procedimento, os alquimistas teorizaram quatro estágios para essa operação.

Representam em ordem a transformação da matéria, começando pela corrosão do que ela era, fazendo com que ela deixe de ser o que era. Em seguida, ela passaria por uma espécie de transformação, uma mutação ou metamorfose, onde se chegaria próxima a perfeição e por fim na perfeição da Pedra Filosofal. Estas todas são as etapas da Opus Magnum, o preparo da Pedra Filosofal.

Os quatro são, respectivamente, o nigredo, albedo, citrinitas e rubedo:

Nigredo: A Operação Negra, ou simplesmente nigredo, seria a primeira etapa da Opus Magna, a arte se chegar ao Mercúrio dos Filósofos. Nesse estágio a matéria e dissolvida, entra em putrefação. É o primeito estado da alquimia, qual designavam a morte espiritual, onde a matéria "deixa de ser".

Albedo: Em seguida temos a Operação Branca, chamada albedo, a segunda etapa. Nesse estágio a substância é purificada, passando por um processo de purificação e dissipações até chegar a ser uma substância pura.

Citrinitas: Depois se tem a Operação Amarela, ou critinitas, a terceira etapa. Nesse estágio ocorre a conversão da prata em ouro em sentido literal, o chamado despertar da matéria. O processo se encontra quase concluído, faltando chegar em sua excelência.

Rubedo: Por fim há a Operação Vermelha, também chamada de rubedo, a quarta e última etapa. Nela se conclui a Opus Magna, o culminar da obra ou casamento alquímico. É a iluminação, quando a Pedra Filosofal está obtida e sua transformação se conclui.

Essas quatro etapas podem apresentar tanto sentido literal como figurado, pois embora a alquimia tivesse caráter científico, era também uma tradição filosófica. A transformação não ocorre só na matéria física, mais também no espírito de seu operador, internamente.


Com isso podemos dizer que do nigredo ao rubedo pode não ser apenas uma metodologia de procedimentos físicos, e sim, também, um desenvolvimento metódico do desenvolvimento racional do praticante, indo do reconhecimento de seus enganos até a iluminação espiritual por perfeição.

Alkahest

As experiências alquímicas tinham várias finalidades, inclusive a preparação de certas substâncias e façanhas. Uma delas é o alkahest, ou alcahest, um solvente universal, capaz de dissolver qualquer coisa, até mesmo o ouro.

A respeito do alkaest, ele foi realmente procurado pelos alquimistas, que tentavam o descobrir e poder o produzir. Foi somente tempos depois que alguém pensou que se seria impossível o fazer, porque se ele dissolveria qualquer substância, onde seria armazenado?

É dito também capaz de dissolver ou reduzir todo complexo físico para sua essência básica, levando algumas considerações que ela dissolva apenas substâncias compostas, mantendo as que tenham algum composto que seja único em sua composição.

Homunculus

Um outro objetivo da alquimia era a criação da vida artificial, em especial a geração artificial de vida humana. Esses humanos artificiais seriam os homunculus, que em latim significa "homúnculo" (diminutivo de homem).

Pode-se considerar influência cabalística no papel do homunculus na alquimia, tendo analogia com a criação do golem na cabala.

Esse conceito foi usado pela primeira vez por Paracelso, se designando a um ser de doze polegadas de altura e, que, segundo ele, poderia ser gerado a partir do sêmen humano posto em uma retorta hermeticamente fechada e aquecida em esterco de cavalo por quarenta dias. Aí então seria formado o embrião. Antes dessa citação, o conceito do homúnculo na alquimia não existia.

Outro alquimista famoso por tentar criar homunculus foi Johann Conrad Dippel, que utilizava métodos mais bizarros, como fecundar ovos de galinha com sêmen humano e tapar o orifício com sangue de menstruação.

O homúnculo na alquimia pode ser também uma alegoria, uma representação literal respeitante à criação de novas entidades minerais por meio a arte, sejam elas objetivos finais ou intermediários. A imagem do homunculus é muito comumente representada por um ser humano, animal ou quimérico numa retorta.

O conceito do homúnculo alquímico pode ter dado a origem do uso do termo na ciência. Na biologia, o termo homúnculo surgiu pela primeira vez com Antonie van Leeuwenhoek, que viu pela primeira vez um espermatozóide e pensava que nele tinha uma miniatura de humano dentro, que seria o homúnculo. Ele se desenvolveria quando depositado e fecundado no sistema reprodutor de uma mulher, pois ele se desenvolveria no óvulo. Apesar desse ponta pé inicial para responder como se desenvolvia a vida, foi com Lazzaro Spallanzani que definitivamente se provou que era necessário um espermatozóide e um óvulo para haver reprodução, qual sem a fecundação de ambos não se gerava vida.

Cabala

A calaba é uma prática de origem judáica que teve um pouco de influência para a alquimia e alguns alquimistas por meio de suas idéias e símbolos, tais como signos, analogias e a idéia de harmonia dos contrários qual baseavam suas operações.

É uma ciência oculta que investiga a natureza divina. Sua origem etimológica vem do hebráico קבלה, que significa "recepção". É um estudo aprofundado sobre a essência em espírito e corpórea de Deus, tanto também como a entender os mistérios sobre a ordem natural do universo e da alma humana. Os ensinamentos cabalísticos explicam os fundamentos do universo material e etéreo, do natural e metafísico no homem e a natureza.

Possui grande influência do judaísmo, como na interpretação da Tanach, a Bíblia Hebráica, e principalmente na Torá, que é equivalente ao pentateuco. Essa interpretação não seria literal, e sim apenas alegórica, procurando desmistificar os mistérios contidos através da leitura da bíblia hebraica e suas histórias.

Sua contribuição para alquimia, além de simbólica, também é filosófica; assim como o pensamento platônico e aristotélico por exemplo.

Alguns cabalistas notáveis foram Shimon bar Yohai, Isaac Luria, Nachmánides, Maharal de Praga e Sabbatai Zevi. Outras personagens históricas também, como o cientista Giordano Bruno e os alquimistas Paracelso e John Dee, além dos ocultistas Samael Aun Weor e Aleister Crowley.

Elixir da Longa Vida

Assim como a Pedra Filosofal, os alquimistas também ambicionavam buscar produzir outra substância. Esta seria o Elixir da Longa Vida ou Elixir da Imortalidade, um remédio capaz de curar todas as doenças e prolongar a vida.

Seria uma panacéia, que seria cura de todas as doenças e que prolongaria a vida de quem a ingerisse por tempo indeterminado, somente até um acidente matasse essa pessoa, sendo que não é um elixir de imortalidade. Poderia ser sintetizada a partir da Pedra Filosofal.

Vários alquimistas foram atribuídos ter conseguido produzir esse elixir, como Paracelso, Isaac Newton, Johann Conrad Dippel e Cagliostro. Dizem que Newton criou e bebeu essa poção, só que ao invés de prolongar sua vida, o trouxe a morte. Nicolas Flamel é dito ter fabricado o elixir com o sucesso da Pedra Filosofal.

No oriente ela possuiu mais importância para a alquimia, para a alquimia chinesa. Poderia ser tanto pelo waidanshu, que consistiria em preparar por meio de metalurgia e manipulação de elementos como cinábrio, enxofre, arsênico e mercúrio; muitas delas tóxicas. Também poderia ser procurada pelo neidanshu, que seria a procura desse elixir através de um modelo de circulação de energia dentro do próprio alquimista. Diferente da versão ocidental, no oriente, algumas atribuições do elixir eram de imortalidade, e não longevidade.

Vários imperadores da China Antiga morreram ingerindo o que seriam elixires de longevidade, feito por alquimistas. Alguns deles foram o imperador Qin Shi Huang Di e Jiajing.

Uma lenda diz que na Dinastia Qin, o imperador Huang Di procurava obter a imortalidade. Ao visitar a ilha Zhifu conheceu o alquimista Xu Fu, e o colocou como líder de uma expedição para sair à procura do Elixir da Longa Vida.

Segundo reza a lenda, Xu Fu comandou dezenas de naviou com milhares de homens e mulheres. Estas pessoas nunca retornaram, já que sabiam que se retornassem sem o elixir, seriam executados. Teriam então se instalado nas ilhas japonesas, e seria por isso o povo japonês possui alguns aspectos de sua língua similares ao chinês, além desses dois povos serem muito parecidos.

Citam também a Ilha dos Bem Aventurados, a morada dos imortais. Supostamente ervas dessas ilhas junto com certo preparo produziriam o elixir. Diziam também que quem tomasse o elixir ganharia vida eterna, fazendo o alquimista ir ao paraíso e viver entre os imortais.

O ouro era imortal, e quem fabricasse ouro a partir do cinábrio e mercúrio, fazendo o "ouro potável", seria imortal. Ge Hong disse o mesmo era possível se ingerir alimentos em pratos feitos desse ouro. No Baopozi ainda, Ge Hong dedica dois capítulos a fabricação de elixires.

Metais inferiores


O ouro é um metal valorizado pela alquimia, símbolo de perfeição e síntese superior numa evolução. A ambição deles, os alquimistas, era de transmutar metais em ouro, sendo os metais usados nessa conversão os metais inferiores, aqueles “rebaixados” ao valor do ouro.

Os metais inferiores são como o nome diz inferiores ao ouro. O chumbo, cobre, estanho, bronze e até mesmo a prata são metais assim, pois seu grau de valor é inferior ao desse metal.

O propósito de transformar metais “menos valiosos” que o ouro em ouro não era por ganância, e sim, ideológico. Os alquimistas tinham a filosofia que o ouro era perfeito, e transformar metais inferiores nele era a contribuição deles para aperfeiçoar a natureza.

Pedra Filosofal

O objetivo central da alquimia era transmutar metais inferiores em ouro, e isso seria possível através de um objeto que se poderia obter por meio as práticas alquímicas, em especial a Magnum Opus, que seria a criação da Pedra Filosofal, ou Mercúrio dos Filósofos.

Dizem algumas fontes que ela aproxima o homem de Deus. Poderia por ela também se conseguir o Elixir da Longa Vida, que prolongaria a vida indefinidamente. Tentativas de sua preparação foram feitas por vários alquimistas, europeus e árabes, sendo que o conceito da Pedra Filosofal não existe dentro da alquimia desenvolvida pelos chineses.

Sua aparência, de acordo com textos alquímicos, varia entre a cor vermelha e branca. Uma pedra branca seria imperfeita, diferente da pedra vermelha, que seria uma Pedra Filosofal "completa". Alguns destes relatos antigos e medievais deixam pistas da aparência da pedra vermelha, especificando seu tom alaranjado, cor de açafrão. Descrevem-na como também um intermédio de vermelho e roxo. O peso é mencionado como pesado como ouro, e solúvel em qualquer líquido.

Michael Maier figura a pedra geometricamente: "Faça de um homem e uma mulher um círculo, em seguida, um quadrado; fora do este um triângulo; fazer novamente um círculo, e você terá a Pedra dos Sábios Assim é feita a pedra, que não podes descobrir, a menos que você. , através de diligência, aprender a compreender este ensinamento geométricas.

Somente uma pessoa é datada de ter conseguido obter a Pedra, o francês Nicolas Flamel. Viveu no século XVI. Segundo o que se conta, Flamel encontrou um dia em seus arquivos um texto enigmático, e mesmo o estudando muito, não conseguia dizer sobre o que se tratava. Quando viajava por Santiago, na Espanha, encontrou um judeu que disse para ele que o texto travava sobre alquimia e cabala, e através dele teria conseguido produzir com sucesso a Pedra Filosofal. Produziu ouro, tendo financiado com ele várias obras de caridade, construído igrejas e hospitais.

Acreditam que através disso ele também conseguiu preparar o Elixir da Longa Vida. Acreditam nisso porque quando ele morreu, ladrões violaram o seu túmulo e o de sua esposa para encontrar ouro e prata, e o corpo de nenhum deles foi encontrado. Por isso alguns dizem que Flamel poderia estar vivo até hoje.

Poderia também ser uma metáfora para o desenvolvimento filosófico do alquimista, sendo a Pedra Filosofal a obtenção de um amplo conhecimento e sabedoria.

Em alquimia existe a Magnum Opus ("Grande Obra" em latim) seria uma área dedicada a preparação da Pedra Filosofal. A preparação obedeceria quatro etapas: Nigredo, albedo, critinitas e rubedo.

Transmutação

Os alquimistas sempre ambicionaram a transformação de metais inferiores (como bismuto, antimônio, chumbo, bronze, ferro e prata) em ouro, o mais nobre de todos eles. Essa transformação então deveria mudar as propriedades da matéria, esta mudança então chamada de transmutação.

Transmutação é nada mais do que a conversão de uma matéria para outro tipo de matéria, uma transformação em sua composição.

Na prática, experiências nos laboratórios alquímicos eram realizadas para se tentar realizar tal faceta. Só se tem relato até hoje de um alquimista que conseguiu misteriosamente grandes quantidades de ouro, Nicolas Flamel, que conseguiu obter a Pedra Filosofal. Na teoria ela que consegue fazer possível dar ao alquimista um poder ilimitado de transmutação, transformando qualquer outro metal em ouro.

A transmutação como os alquimistas acreditavam conseguir fazer é irreal. Entretanto, a transmutação existe, a própria natureza à faz.

Os átomos se arranjam e rearranjam, se separando de outros e se unindo com outros, e essas combinações formam todas as diversidades de matéria existente. No sentido da física nuclear, a transmutação ocorre por fissão nuclear (quebra de átomos) e fusão nuclar (junção de átomos).

Alquimia chinesa

Assim como na Europa e no Mundo Árabe a alquimia foi praticada, no oriente também foi. A alquimia chinesa se assemelha com a ocidental (a praticada pelos europeus e árabes), explorando também a propriedades das substâncias, só que com outros interesses. O objetivo central da alquimia no ocidente foi à busca da Pedra Filosofal, conceito não existente na alquimia chinesa, que procurava produzir apenas o Elixir da Longa Vida.

Suas bases possuem influência taoista, cultuando a prática do cuidado da saúde do corpo e do espírito, procurando tanto por meios externos como internos a busca do Elixir da Imortalidade. A busca pelo elixir podia ser por via interna ou externa, sendo a maior diferença em seus próprios nomes; apesar das duas terem exigido trabalho químico dos alquimistas chineses, o meio externo usada substâncias encontradas em substâncias médicas e na alimentação rígida e controlada dos alquimistas da China, já a via interna trabalhava com as substâncias já presentes no corpo do praticante. Os cuidados do corpo também ajudam na diferenciação, sendo o meio externo recorrendo práticas como massagem e relaxamento do corpo, já o meio interno prática de por exemplo a meditação e o bem estar da essência.

A busca externa era chamada de waidanshu (外丹術, "Alquimia externa"), qual consistia em preparar elixires por meio de preparação com elementos químicos como cinábrio, chumbo e mercúrio por exemplo e manipulação de substância presente em ervas e outras fontes externas; práticas de por exemplo a acupuntura, moxabustão, massagem e práticas que trabalhem com o ki (energia vital).

Também havia a busca interna, o neidanshu (內丹術, "Alquimia interna"), que consistia na produção do elixir dentro do alquimista. Exercícios de meditação e o yoga era um meio comum para esta prática,  procurando deixar você com saúde etérea, visando também uma boa saúde corpórea.

Teve contribuição bastante significativa para a medicina tradicional chinesa, que mesmo sendo milenar continua sendo eficiente até a atualidade e estudada pela ciência, que por ela possui interesse.

No ocidente, a alquimia chinesa foi dedicadamente estudada pelo estudante de medicina chinesa Joseph Needham.

A alquimia chinesa declinou com a chegada no budismo na China, nos primeiros séculos de nossa era.

Hermes Trismegisto

Hermes Trismegisto (do latim Hermes Trismegistus, literalmente "Hermes, o três vezes grande") é considerado um pensador, astrólogo, místico e alquimista. Sua figura se encontra relacionada ao deus egípcio Tot e o grego Hermes, ambos deuses da magia e escrita em suas culturas. Apesar disso, sua figura se simpatiza mais com a do deus Tot, que também lhe é atribuída à sabedoria. Por muitos alquimistas era considerado o primeiro alquimista.

É uma personagem mítica, com uma vida e pessoa tão misteriosa que suas origens e época que viveu são um mistério. É muitas vezes também apontado como um homem que obteve apoteose, chegar ao status de um deus; ou que é filho de uma divindade.

O “três vezes grande” é um epíteto que remonta a sua obra Tábua de Esmeralda, qual ele revela as três partes da sabedoria universal.
Os alquimistas muçulmanos julgavam que Hermes era uma figura presente até mesmo no próprio Alcorão. Na atribuição islâmica também há a identificação muitas vezes de Hermes Trismegisto, Enoque e Idris como o mesmo homem.

Muitos autores cristãos como Agostinho, Giordano Bruno e Marsílio Ficino consideram Hermes como um sábio pagão, revelador de uma prisca theologia, uma espécie de revelação única para toda a humanidade que inspirou as religiões, atribuído a Deus ao homem na Antiguidade; tendo feito isto antes da época de Jesus Cristo. Seria o primeiro filósofo e pensador, antecendendo ilustres como Platão e Zoroastro, por exemplo. É datado por ter vivido numa época bem remota do Antigo Egito, muito antes do tempo de Moisés, acreditando ele ter sido contemporâneo de Abraão, mesmo que algumas fontes o apresentem como contemporâneo de Moisés.

Sua filosofia se encontra no hermetismo, corrente de pensamento que se fundamenta nos seus princípios. Resume-se numa maneira sincrética de estudar a evolução da consciência humana e a ligação dela com a divina. Os princípios herméticos são então sete, respectivamente:
• Lei do Mentalismo: "O Todo é Mente; o Universo é mental."
• Lei da Correspondência: "o que está fora é o reflexo do que está dentro".
• Lei da Vibração: "Nada está parado, tudo se move, tudo vibra".
• Lei da Polaridade: "Tudo é duplo, tudo tem dois polos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados"
• Lei do Ritmo: "Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce, o ritmo é a compensação".
• Lei do Gênero: "O Gênero está em tudo: tudo tem seus princípios Masculino e Feminino, o gênero manifesta-se em todos os planos da criação".
• Lei de Causa e Efeito: "Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade mas nenhum escapa à Lei".

Jung e a Alquimia

O psiquiatra suíço Carl Jung viu no simbolismo alquímico mais do que metáforas relevantes à transmutação física da matéria e espiritual do ser, captando uma espécie de dialeto de nossa psique para com agente.

O estudo da alquimia forneceu muitas bases para a representação simbólica para a psicologia. Relata na sua obra Psicologia e Alquimia que os alquimistas tiravam suas figurações simbólicas dos processos alquímicos de momentos de transe, qual usavam isto para orientar o desenvolvimento simbólico. Foi observado por Jung distinções do arquétipo no inconsciente coletivo dos alquimistas, relacionando o simbolismo alquímico com as manifestações do subconsciente humano.

Alquimia

A alquimia tem fundamentos e influências remotas, desde a Antiguidade até alquimistas modernos como Nicolas Flamel e Paracelso; e também desenvolvida em diversas partes, desde a Grécia, China, Egito, Arábia e Europa Medieval.

É uma tradição que combina muitos elementos; como a química, medicina, metalurgia, filosofia, astrologia e ocultismo. Trabalhavam basicamente com a transmutação, a transformação da matéria, especialmente nas tentativas de transformas metais inferiores em ouro. Não por ganância, mais os alquimistas acreditavam que a natureza é perfeita, e o ouro é o mais perfeito dos metais; logo, eles pretendiam contribuir para que a natureza fosse perfeita.

Possui um complexo simbolismo. Está cheia de símbolos representativos para astros, processos e elementos químicos, animais reais ou mitológicos e alegorias. O motivo disso pode ser tanto uma forma dos alquimistas divulgarem seu trabalho sem correr o risco da ameaça da Inquisição ou os simbolismos seriam propositais, uma linguagem em seus textos para que somente outros alquimistas pudessem entender.

Pretendiam com a alquimia buscar a Pedra Filosofal e o Elixir da Longa Vida. A Pedra Filosofal é o objeto central da alquimia, qual tem poder de transmutar qualquer metal em ouro e elaborar o Elixir da Longa Vida, uma panaceia universal que cura qualquer doença e prolongaria a vida por tempo indeterminado. A criação da vida artificial também foi algo que muitos alquimistas procuraram fazer, como o homunculus.

Entretanto, a meta central era o aprimoramento espiritual, o desenvolvimento filosófico do operador alquímico e a sabedoria.

Embora uma ciência oculta, pseudociência ou qualquer termo parecido, a alquimia teve contribuição significativa para a ciência.